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terça-feira, 1 de dezembro de 2015



Te Encontrar .
As vezes me pergunto se te encontrarei em alguma dessas esquinas da vida. Fico imaginando e se a resposta fosse sim, como seria esse encontro? Será que me reconheceria? Lembraria desse sorriso que te fez perder o chão? E será que realmente fez perder o chão?

A vida é tão engraçada. Mais engraçados somos nós, que destrocemos o gozo da alegria. Mas calma! Voltemos ao encontro. Vire e mexe eu fico pensando no que falaríamos caso nos encontrássemos por essas avenidas do destino. Me convidaria para um café? Café é a minha bebida favorita, lembra? E falando em lembranças, será que conversaríamos sobre o passado? Sobre você? Sobre mim? Sobre nós? E se tocássemos no passado, citaríamos os momentos de alegria, euforia, amor ou os momentos de choro, tristeza e dor? Será que aquilo de que no fim damos risadas de tudo é realmente verdadeiro? De fato, tudo acaba em pizza? 

E se tocássemos no passado, contaria sobre o presente? As consequências das nossas antigas escolhas estariam presentes entre nossas falas? Complicado falar de como estamos, não acha? Eu acho. Admitir que não estamos tão bem como deveríamos está ou cuspir a nossa felicidade como se o passado só tivesse trazido dores e angústias e de que nada serviu vivê-lo é complexo! 

Mas calma! E se realmente nos encontrássemos em alguma dessas curvas do mundo? E se tomássemos sorvete em alguma praça? O seu sorvete seria de prestígio? Recordo-me muito bem que é seu sabor favorito. Sentaríamos próximos à algum pé de tamarindo? Eu ficaria catando essas frutas que tanto me define? ( Azeda ou doce. A escolha é sua). E se sentássemos em algum banco falaríamos do futuro? Dos nossos sonhos? Dos medos que eu tenho? Dos que você tem? Será que os sonhos e os medos continuam os mesmos? Nada mudou? Ah, mudou! E como tudo mudou.

Mesmo com as minhas incertezas, de certa eu sou: Tudo mudou.
Eu mudei. Você mudou. A vida mudou. O destino nos mudou. 
As vezes eu fico me perguntando se uma dia, nessas pistas da vida irei te encontrar. Nossos olhos vão se cruzar? Vamos nos cumprimentar? Nos reconhecer? Um "Oi, tudo bem?" de nossas bocas sairá?

E se eu te encontrar no ponto de ônibus? Saindo de uma festa? Enquanto eu espero meu voo? Na fila do banco? Do mercado? Do pão? E se você for meu paciente? E se eu for a sua cliente? Talvez nos esbarremos. Talvez nos conhecemos. Mas será que faz sentido tudo isso?

Passou. Já foi. Não tem volta. Talvez nos encontremos, assim como talvez não te verei. Os anos passarão, a vida seguirá, nossos caminhos tortos não se cruzarão e viraremos a lembrança do passado antigo um do outro. A vida nos surpreende e talvez ela nos surpreenderá nos distanciando ainda mais. Sem café. Sem sorvete. Sem tamarindo. Sem futuro. Sem encontro. Sem desencontro. Apenas um Adeus. Sem volta. Estranho, né? As pessoas entram em nossas vidas, bagunçam e nunca mais as vemos. A vida é assim. Nós somos assim. Então deixa eu parar por aqui. O meu café está esfriando, assim como o passado. Assim como no nosso passado.

AUTORA: MARIANA RAYNAR


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Meu Querido "EX"

Hoje lhe escrevo para dizer-te que venhas buscar aqui, na minha humilde residência alguns pertences teus. 

Há neste local algumas lembranças que não cabe mais a mim guarda-las. Lembranças tuas. O teu perfume que invade as minhas entranhas com o teu cheiro. A tua sombra que me persegue constantemente em meus sonhos. O teu rosto que permanece em meu quarto, mesmo depois de ter queimado todas as tuas fotografias. A tua voz que cantarola em meu ouvido todas as manhãs. Por favor, venha busca-los. 

Escrevo-lhe também, para informar que estou bem. Aquela gripe de saudades não virou pnemonia. Aquela febre causada por tua ausência se foi. Descobri que o meu soro não era nada mais e nada menos que uma seringa de amor próprio. Oras, está vendo? Não precisei de uma bezetacil com uma dose de você. 

Digo-lhe também, que estou de partida. Sim, viajarei para um País chamado de Outro . Não outro amor, afinal amor permanece eterno e não precisa de mais um ponto no passaporte.

Antes que eu me esqueça, ela me telefonou. Cuspiu em cima de mim que irá lhe dar um filho, filho que nunca lhe dei. - Graças a Deus - . Derramou em mim que estão juntos, felizes e será para sempre. Baby, eu rolei de rir. Felizes, sempre e você em uma mesma frase ? É uma inequação errônea. Avise a ela para não me telefonar mais, não quero perder tempo com a nova pouca coisa do meu ex quase nada. 

Só pra reforçar, não seja egoísta e me esqueça. Não existe amor entre nós, então não me prenda em teus pensamentos imundos.

Enfim, com muito amor próprio, ódio e deboche, me despeço de você que já nem lembro mais o nome.

PS: Toma uma dose de amnésia, esqueça tudo aquilo que me disse e vira homem.
Atenciosamente, a mulher que te fez crescer e você deixou escorrer pelas mãos .








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segunda-feira, 26 de outubro de 2015


SÓ MAIS UMA CARTA!
(Maria, a nossa testemunha)

Por: Mariana Raynar
Hoje eu conversei com a Maria. Maria, nossa amiga em comum, mais minha do que sua . Conversamos por alguns minutos assuntos sem sentidos, até eu tocar no seu nome. Disse a ela que eu tinha conversado com o seu primo e como quem não quer nada, perguntei sobre o seu atual status de relacionamento. Realmente foi nada a ver querer saber se você está sozinho ou com alguém, depois de dois anos. Mais nada a ver do que procurar saber da sua vida, foi eu ter perdido o meu chão, quando ele me disse que você anda "enrolado" com uma garota . Garota que eu não conheço e mesmo assim desejei que a deixasse.
A Maria disse que eu gosto de me machucar, afinal, eu sempre soube que desde o dia que eu te deixei, você não ficou sozinho. Não seria agora, após dois anos do nosso fim, que você estaria me esperando. Eu perguntei a ela o que eu sempre me pergunto: Por que não demos certo? Melhor, por que você eu não consigo esquecer? Não consigo deixar de amar?
Para a minha surpresa, ela disse que há poucos dias atrás, quando conversávamos sobre o fim do meu ultimo relacionamento, se fez as mesmas perguntas e chegou a conclusão que é por que para Deus, ainda não chegou o nosso fim.
Olha só meu bem, justo ela que tanto criticou o seu comportamento. Ela que inúmeras vezes quis me surrar por dizer que ainda sentia sua falta. Ela que seria a madrinha do nosso casamento.
Confesso que do lado de cá da tela eu sorri, como se no fundo eu pensasse como ela, mas cá entre nós, as nossas circunstâncias dizem o oposto. Confesso também, que quando o seu primo mandou recado dizendo que você queria falar comigo, após ler aquela minha ultima carta, esse coração bobo se encheu de esperanças. Por Deus, quais esperanças?! Ah, esse meu coração só me decepciona, precisa urgentemente amadurecer .
A Maria ainda cobrou uma crônica que eu prometera a ela. Acho que eu sou a Clarice Lispector da vida dela. Passou em minha cara que eu prometi e tenho que cumprir e ainda teve a ousadia de dizer que pelo menos uma vez na vida eu tenho que deixar de escrever sobre você, sobre nós e por em palavras os amores e sentimentos que ela já sentiu. Ela deixou bem claro que conhece a nossa história de cabo a rabo e sabe quando é ou não para você o que eu escrevo. Ousada ela, né? Não mais ousada que meus pensamentos que só vão em você.
Já que estou lhe escrevendo, quero dizer-te o que eu quis te falar, quando recebi seu recado e fui te procurar. Queria te contar o quanto minha vida mudou após o nosso rompimento. Eu cresci, amadureci, deixei de usar cabelos longos e negros para ficar loira e com alguns dedos abaixo do ombro. Concluir o ensino médio, mesmo fazendo finais de exatas, ao contrário de você, eu sou péssima com números. Não passei em medicina, mas fui bem o suficiente para ter várias opções e acabei escolhendo por enfermagem. Estou apaixonada pelo curso. Queria te dizer que mesmo dizendo para você não fazer e quase enlouquecendo quando você fez aqueles rabiscos nos braços, estou admirando tatuagens. Não fiz nenhuma ainda. Não é por falta de coragem ou permissão de meus pais. É falta de uma mão. A sua mão. Falta ela para segurar na minha bem forte enquanto eu fico surda com aquele barulho entojado da composição: máquina + agulha + pele. Ah, como eu queria te contar que essa noite sonhei com você. Estávamos na igreja que eu sempre quis casar, antes mesmo de te conhecer, o vestido dos meus sonhos e você, diante dos meus olhos dizendo "sim". Queria te contar que apareceram muitos após você, fiquei com alguns e namorei um. Mas Paula Toller sempre teve razão ao cantar que "depois de você, os outros são os outros" .
Hoje eu queria saber, se na sua vida eu fui apenas mais uma de tantas outras ou se dois anos realmente foi o bastante para te marcar e você não me esquecer tão fácil.
Ah, hoje eu resolvi vasculhar algumas fotos antigas que foram postadas em meu facebook e encontrei algumas fotos suas. Moço, nem te conto o rebuliço que elas fizeram em meu ultimo namoro meses atrás. Mas foi o seu sorriso que realmente fez um rebuliço total em meu ser. Ah, aquele sorriso maroto que combina perfeitamente com a sua pele bronzeada. Uma delas tinha uma legenda editada por você e em uma parte dizia:
"Pode ter certeza que eu nunca vou te deixar só! Porque eu sempre estarei presente do seu lado em tudo que você precisar, em cada situação, em cada momento de sua vida, para te ajudar e ser o namorado mais perfeito de todos"
Engraçado o quanto promessas são desfeitas, amor acaba sendo apenas uma palavra e a saudade, ah moço, essa cria raiz no peito, magoa, faz chorar, mas também faz sorrir, pois lembramos dos bons momentos, de uma vida que foi vivida. Hoje você se torna ela, apenas uma saudade que resolveu habitar em meu coração e não sai de jeito nenhum. Mas saiba que é e sempre será a saudade mais bonita que eu carregarei até meu ultimo suspiro .
Para você, meu broco. Da sua eterna, pamonha .




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segunda-feira, 19 de outubro de 2015



Mais uma vez eu te quis ! 

Por: MARIANA RAYNAR

Eram três da manhã, me sentei em um dos degraus da escada do quintal com uma xícara na mão direita e o celular na mão esquerda. Acho que eu esperava a tua ligação. A lua cheia iluminava o céu. Ele estava estrelado. Vi cinco estrelas envolvendo a lua. Não formavam nada. Mas eu vi. Eu vi nelas o formato do teu sorriso. E mais uma vez, - vez que já perdi as contas de quantas vezes foram – eu te quis aqui, comigo. Te quis aqui me abraçando, me beijando, me protegendo, me ninando, sussurrando em meu ouvido que o teu coração é meu e que o meu coração é apenas teu. Ah, como eu te quis João . . .

Olhar aquele céu tão lindo, fez com que as janelas do meu coração se abrissem, deixando amostra toda essa bagunça que está aqui dentro. Ah, se você soubesse que apenas você, somente você pode faxinar essa saudade e rearrumar esse músculo que bate e sempre baterá por você.

A lua com todo o seu brilho e beleza me forçava a olha-la. Me deitei sob cada degrau da escada e comecei a chamar teu nome baixinho ... baixinho ... baixinho ... baixiiii... A verdade é que me coração gritava como um auto falante por você. Clichê. Ele sempre gritou por ti desde que eu resolvi aumentar essa distância que nos separa. Desde o dia que eu resolvi dá um basta.

Oh garoto, meu garoto, se você soubesse o quanto eu choro de saudades suas, de saudades nossas. Eu já não me reconheço mais quando me olho no espelho, parece que o mundo corre enquanto eu estou aqui, parada, tentando te achar nos vestígios de um amor que eu luto ao máximo para não dizer que acabou.

Eu te amo e isso não vai passar. Não posso escrever-te falando que te esqueci. Já não tenho mais forças para mentir, negar que o que eu sinto por você é amor. Não há nesse mundo outra palavra para nomear esse sentimento que bagunçou todas as minhas estruturas.

É da tua voz que eu preciso. São dos teus braços que eu necessito. Te amarei além da vida. Me ama até o amanhecer de todos os dias seguintes?

Fechei meus olhos e deixei cair a xícara no chão. Ela se quebrou por toda, assim como eu me sentia. Quebrada, destruída, dilacerada. Respirei fundo e deixei cair todas as lágrimas que estavam presas. Lágrimas com gosto de saudades. Lágrimas com teu gosto. Lágrimas com gosto de orgulho. Lágrimas com meu gosto.

Acredito que a nossa história tenha sido menos dramática, menos intensa, menos metafórica. Eu devo ter colocado uma gota de tudo a mais nesse nosso romance. É, eu sei. Mas saiba que eu nunca vivi algo parecido. Nunca tinha amado. Nunca tinha conhecido essa vontade de sonhar os sonhos de alguém. Nunca tinha sentido tudo a flor da pele como eu senti com você.

Com você tudo era mais leve. Hoje tudo é tão denso, tão frio, tão pesado.

Hoje me sinto sozinha, abandonada, com a necessidade de reaprender tudo.

É como ter sido deixada em uma selva e agora sou eu, eu, eu e essa saudade de um amor que a meu ver não teve o devido ponto final. Talvez eu nunca me satisfaça com o verdadeiro ponto final.

Talvez nem seja saudade, seja nostalgia. Mas essa “nostalgia” que invade o meu ser todas as manhãs e nunca esvazia está acabando comigo.

O sono de mim se aproxima. Já não vejo mais a lua. Cadê as estrelas? As nuvens negras tomaram conta do céu. Chuva a vista. Beleza passageira feita a nossa história.

Meu celular vibra. Meu coração disparou, minhas pernas tremeram, meu sorriso apareceu, as lágrimas não paravam mais de cair. Será? Será que é você me convidando para vivermos a nossa história? Os nossos sonhos? O nosso filme sem fim? Será que toda essa amargura com toque de arrependimento chegou ao fim? Ah meu menino, como eu te amo.

Medo de virar o celular. Conto baixinho: 1, 2 ... 2,5 ... 3. Foi!

"A partir de agora você é um BETA BASIC. Fique ligado no blablablametro e saiba como melhorar o seu status e tarifas em: timbeta.com.br"

A chuva caiu. Minhas lágrimas, meu mundo, minhas expectativas e minhas esperanças também.

E cada dia que passa, sem jurar mais que irei te esquecer, vou me perdendo de quem eu realmente sou. A vontade de pegar o primeiro voo e te dizer, que ainda existe muito de nós em mim, já é maior do que tudo. Ah meu bem, se você soubesse, o quanto ainda sou tua, largava todo esse mundo e me buscava para ti. Para sempre!
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O TUMULO DE JACK

Por:MARIANA RAYNAR

Abriu a janela do seu quarto, respirou fundo e sentiu o vento de outono tocá-la. Ela estava viva! Mas, será que isso era bom ?
O vento fazia arder toda a sua pele, secava as suas lágrimas as colando em seu rosto, balançava seus cabelos e ainda, por ousadia, trazia consigo o cheiro dele. Aquele perfume amadeirado que até há poucos dias ela havia sentido. Caiu na cama, abraçou o travesseiro e fechou os olhos. Ela estava ali! Estava acordada, ela estava viva, seu corpo estava ali, mas sua alma, seu coração e seu pensamento não! 

Respirou fundo e sem se levantar muito, procurou entre a escrivaninha e a porta do quarto o seu Mp3 . Estava ali jogado, como também estava o abaju, os livros, os óculos, o celular, sua máquina de escrever. Nada estava em pé, nada estava no seu lugar. Se o seu coração não estava, por que terceiros estariam ?
Deitou-se novamente. Estava fraca e a qualquer momento podia cair novamente. Ela estava craque nisso. 

Colocou os fones e deu play. Ao ouvir o que se tocava, mais lágrimas caíram. Até pensou em mudar a musica, mas ela estava disposta a seguir e pular obstáculos não era um bom caminho. Lembrou-se de quando ele recitava Drummond e sorrio ao lembrar de “As sem-razões do amor'' na versão daquele sotaque americano. Seu sorriso logo se apagou ao lembrar do poema que ela, de tanto recitar em meio as lágrimas, havia decorado involuntariamente : Ai de quem ama. 

Uma musica, dois poemas, duas pessoas e uma única dor. Concentrou-se na letra, e baixinho foi cantando, e se acalmando. 
Ele foi, mas antes prometeu que voltaria. Ela acreditou, ela esperou. 
Mas nessa vida nada é como queremos. Seu pensamento foi em encontro daquele dia. Ah, aquele dia.
O vestido de noiva estava pronto, as alianças compradas, os convites haviam sido distribuídos, tudo estava no seu lugar, mas algo faltava. O motivo dos sorrisos mais sinceros, dos abraços mais verdadeiros, do calor em meio a chuva, do conforto de um colo no verão adocicado. Ele! Faltava apenas ele. 

Ana tinha apenas uma missão, ir até o aeroporto da Base Naval buscar o seu amado, que havia partido em missão até os EUA. 
No dia e na hora marcada, vésperas de seu casamento, lá estava ela, pronta para o abraço mais desejado de sua vida. Desceu um, dois, três, quatro ... Veio coronel, capitão, piloto. Mas e ele? Oras, e ele? A cada descida era um sorriso, era um olhar. Ana até riu achando que seria mais uma das diversas pegadinhas do seu amor. 
Só que quanto mais os segundos passavam, mais seu coração apertava. 
O Coronel veio até seu encontro e entregou lhe uma carta, escrita com as letras de Jack. 

Ela não acreditava naquilo que lia, não acreditava naquilo que ouvia. Entrou no avião, procurou seu noivo até debaixo das poltronas e quanto mais corria mais vozes ouvia dizendo que ali ele não se encontrava. 
Quando finalmente caiu em si, não se aguentou e se desmanchou no chão.

Ana novamente se encontrava em seu quarto e em um impulso se levantou de sua cama, arrancou os fones do ouvido, pegou o casaco de couro marrom e bateu a porta com tudo e se foi. Se foi ao encontro de seu amado Jack. 
Ela se sentia em um filme e que para esta cena o diretor escolheria “Always”, a sua musica com o seu amado. Chegou até a sorrir enquanto corria, imaginando que tudo não passasse realmente de um filme e que nas próximas cenas ela teria um final feliz. 

Tudo logo se desmanchou quando se aproximou daquele lugar frio, acarretado de sentimentos saudosos e pessoas, muitas vezes esquecidas. Alguns passos a mais e o túmulo daquele que seria pra sempre o homem de sua vida estava diante dos seus olhos. Passou a mão sobre a foto preta e branca e se arrepiou com a frieza daquele mármore. 
Respirou fundo e deitou-se .
Ela ainda não acreditava que Jack, seu Jack, tão corajoso havia sido bombardeado tentando salvar a sua Nação, mesmo tendo se passado um mês.
Retirou do casaco a ultima carta escrita por ele. Foi lendo baixinho, como se lê-se para o seu coração e quando nas últimos linhas já se encontrava, aumentou seu tom de voz , virou-se pro túmulo e disse em soluços:

- Faço de tuas palavras as minhas meu amor . 
Olhando para cada palavra daquela carta leu os últimos versos daquele que um dia tanto amara. 
-Se na vida te encontrei, oh querida, em meus pensamentos na morte levarei. Sua boca com o sabor mais doce que encontrei, seus olhos com os verdes mais cristalinos já visto. Em nenhuma missão um dia pensei achar, a razão, a circunstancia de um dia eu viver. Se um dia eu partir, saiba minha querida, que eu irei agradecer a Deus, pois eu nunca imaginei que o anjo da minha guarda seria lindo como você. Ah, se um dia eu partir, lembrarei do teu sorriso, da tua voz, do teu olhar, das nossas brigas e mais ainda das nossas noites de amor. Te juro amor eterno e saiba que eu voltarei para te buscar, minha Ana.

Ana suspirou, deixou as lágrimas escorrerem e apenas completou como resposta diante daquela jura : 

- Eu acredito. Eu espero meu amor. Eu irei esperar.
Ele se foi, mas antes prometeu que voltaria. Ela acreditou, ela esperou. Na verdade, ela espera até hoje e não há um único aniversário de partida de Jack que ela deixa de visitar o seu tumulo . Mesmo após anos e anos ela ainda espera e a chama daquele amor ainda arde em seu peito.








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Parabéns para nós, amor. Feliz 03 de Outubro. 

Fingi ter forças o suficiente para ignorar esse dia. Acreditei fielmente que passaria em branco como todos os outros . Não olhei o calendário, não olhei o horário , não quis falar disso com ninguém por dias, mas posso contar uma não novidade? Pois é . Não consegui. Pra falar a verdade, depois de dois anos sem a sua presença, eu pensei que havia te superado. 

Logo eu, que achava que já nem sentia mais a sua falta, que já nem contigo falo, que não olho as tuas fotos, que não ouço a nossa musica, que já nem sinto mais o teu cheiro. Logo eu que jurei pra mim mesma que havia reescrito uma nova história e que as nossas aventuras, tão nossas, haviam ficado eternamente como uma velha lembrança . Logo eu, que naquele banheiro da antiga escola, disse que era melhor seguirmos as nossas vidas, mesmo com o coração em pedaços e o rosto inundado de lágrimas, frustrada, machucada, mas decidida. 

E olha só, agora estou aqui, olhando da janela do oitavo andar do meu novo apartamento, a cidade toda em silêncio, em plena 04:00 horas da manhã, enquanto o meu corpo borbulha e explode por dentro. Minha cabeça vai e volta no passado, passando e repassando filmes longos e tediosos de uma vida a dois. Sinceramente, eu não aguento mais tamanha nostalgia.

Os anos passaram, a saudade também, sua falta foi ocupada, meu foco mudou de direção, mas hoje, depois de tanto tempo, me pego pensando em você novamente. 

Você foi como o sol no verão, o cobertor no frio, o beijo na chuva, o silêncio quando o mundo gritava, as mãos que eu sempre quis encaixar nas minhas, a letra na minha melodia predileta, o passo certo na melhor coreografia. Você foi verão e primavera, outono e inverno, o meu melhor sim, mesmo quando eu deveria dizer não. Mas você também foi tempestade, foi erro, foi mágoa, foi ferida, foi tristeza. Nos amamos certo, mas na hora errada!
Se tudo tivesse sido como queríamos, hoje faríamos quatro anos juntos. Uma vida. Mas esse foi o nosso problema, vivemos com um “se” antes de tudo. Éramos a incerteza mais certa que o destino uniu. 

Eu queria muito te escrever, te mandar uma mensagem qualquer, saber como você está, se deu aquele espaço que era somente meu a outra, saber como vai a sua mãe, como anda seu relacionamento com o seu pai, se já desistiu da faculdade de contabilidade para virar jogador. Mas acho que tudo começaria com um : Se lembra ainda de mim?

Por muito tempo isso me consumiu, sabia? Saber se você ainda olhava as minhas fotos, se assim como eu procurava saber da minha vida, se ainda lembrava da minha voz, do meu cheiro, do meu sorriso. Durante anos eu vivi apegada aos teus vestígios, as pequenas coisas que o teu primo me contava, mas ele não podia me responder o que eu mais queria saber, se você ainda me amava. Lembro de quando perguntou a mim, onde havia parado todo aquele amor que eu dizia sentir e como em uma defesa eu gritei que havia morrido. Tão tola, mas tão machucada. Eu precisei cuspir em cima de você todo um ódio que esse amor acabou nos causando, mas apenas como uma armadura, caso contrário fosse, eu tinha me jogado em teus braços ali mesmo e começaria novamente outra bola de neve. Nem sei se a primeira já se findou. 

Você nem imagina, mas eu dormi muitas noites já quando o dia amanhecia, chorosa, sentindo sua falta, com raiva de você ter sido tão menino, tão medroso. Vivia em uma constante mutação de sentimentos, um furacão dentro de mim, um trem! Isso, um trem! Um trem que fazia das minhas veias trilhos e acelerado percorria todo o meu ser, deixando o seu perfume em mim. Ah, aquele seu Malbec . Depois de você, em muitos senti essa fragrância, mas pra mim era diferente, em você era diferente. E na saudade que você deixou então? Ah, ali sim ficou completamente diferente. 

Você não sabe, mas depois do nosso término eu continuei usando aquela aliança. Não foi fácil reitira-la do meu dedo, assim como não foi fácil evitar pensar em você. Esses dias, vasculhando alguns álbuns antigos, eu achei uma foto sua. Ali você estava com dezessete anos, logo quando nos conhecemos. Hoje você tem vinte e um, um homem, mas pra mim vai ser sempre um menino, o meu menino. 

O destino gosta mesmo de brincar comigo, ninguém te contou, mas por um acaso achei um chip antigo, perdido aqui em casa e quando coloquei em meu celular, vi que a maioria das nossas primeiras sms trocadas estavam ali. Lembro-me da primeira a ultima . Posso confessar que chorei? Reviver o nosso passado não é e nunca foi fácil . Não, não são por conta das lembranças, mas por termos virado lembranças! Não é por você fazer parte do meu passado, mas por ter virado passado. Você não entende, nunca irá entender, mas mesmo depois de tudo, o meu coração ainda é seu!

Hoje eu sei, pode passar pela minha vida João, Pedro, Felipe, Arthur, Cristiano, Moisés, Fernando! Mas você, com apenas seis letras, é e sempre será o dono de todo amor que eu sinto em cada fibra do meu corpo. 

Você é o dono do meu sorriso mais verdadeiro, do meu olhar mais puro, da minha eterna felicidade. É nos teus braços que eu queria estar e não aqui, olhando as estrelas, sozinha, em meu apartamento que se torna tão vazio na madrugada. 

Você é meu vicio, meu delírio, minha droga!

E caramba, eu acreditei que estava vacinada contra você. Eu queria está curada dessa doença que me prende a ti, garoto! 
Uma atitude sua e tudo tinha tomado outro rumo. Eu nunca te amei com palavras e eu esperava isso de você. Eu não queria voltar enquanto as coisas fossem apenas uma junção de letras e nesse meio termo de esperar, o mundo seguiu e nos afastou ainda mais. 

Sabe o tempo? Ele voou, meu amor. Ele ajudou a esquecer brigas, raiva, mágoa, pessoas inúteis, amenizar saudade, dor, mas você? Você ele simplesmente deixou cada vez mais enraizado em meu coração. Eu que acreditei em minha própria mentira. Eu que pensava que havia te deixado de lado. Engraçado, né?! Eu que achava que o tempo curava tudo.
Fico pensando se um dia vamos nos encontrar. Ensaio mil e uma falas, abraços, sorrisos, mas no fundo eu sei, dizemos adeus e foi para sempre. A vida não nos colocaria juntos novamente. Eu sempre soube que haviam pessoas destinadas a se amarem loucamente, mas que as mesmas não poderiam ficar juntas. Olhe aí, nos encaixamos perfeitamente nisso. 

Ah, sei também que você nunca irá ler isso aqui. Prometi que nunca mais escreveria algo para ou sobre você, e com certeza, acreditaste. Tão bobo e inocente, não sabe que a cada texto meu, tem mais sobre você e eu do que qualquer outra coisa. 

Parabéns para nós, amor. Feliz 03 de Outubro. 

Ah, eu te amo .

AUTORA: MARIANA RAYNAR






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sexta-feira, 25 de setembro de 2015



Um Café e um Amor Quentes . Para hoje !
Por: Mariana Raynar
Estava eu, sentada em mais um desses botequins de esquina, por mais de uma hora quando um garçom, muito bonito por sinal, com um charme de detetive de seriados criminais, veio me perguntar o que eu desejava. Pensei comigo mesmo '' Ah, agora sim eu respondo''. Este, já era no mínimo o décimo garçom que ia ali me perguntar o que eu queria, pois até o momento, me segurava em apenas um copo de água com gás, que já nem gás tinha mais.
Fiquei deslumbrada com aquele homem. Tão másculo, com um par de olhos verdes, um sorriso incrivelmente fantástico, e com uma pinta em sem queixo, que o deixava ainda mais sexy. Fiquei encantada, hipnotizada, que por alguns momentos pensei que não existia mais nada além de nós dois em todo universo.
Novamente, com aquela voz rouca, que fez o meu corpo estremecer, ele me perguntou o que eu desejava. Por um impulso, ainda cega por aquele par de olhos esverdeados respondi:
-Quente. Algo quente. Café, amor, você, nós dois, o que acha?
O seu olhar de espanto sobre mim ficou nítido e, em um engasgo me perguntou como eu podia perguntar aquilo. Foi nesse momento que a realidade veio a tona. Minhas bochechas envermelharam, fiquei sem graça, sem jeito. Coloquei o cabelo de lado, olhando para baixo, com um sorriso torto, segurei com força meu caderno de anotações e o encarei. Engolindo seco e com uma voz baixa, pedi perdão e prossegui:
-Sabe aquele lance de café e amor quentes? É isso que eu quero. Na verdade, é isso que eu necessito.
O olhei, e vi que ele ria do meu jeito atrapalhado enquanto balançava a cabeça e deslizava sua mão esquerda por aqueles cabelos negros. Para minha decepção disse que podia apenas me servir um café. Aceitei, fazer o que né? Ele saiu em direção às outras mesas e eu fui o acompanhando com o meu olhar. Suas costas largas , colada naquela blusa branca que desenhava perfeitamente cada curva, aquele avental verde do bar e uma calça desbotada. Ele realmente era lindo. Pensei comigo mesmo '' Preciso é disso''.
Olhei para meu caderno, e vi o que me levou até aquele botequim: Pedro. Pedro Stonner. Olhei para aquela foto, rodeada de corações e me senti uma idiota. Durante cinco anos, eu estive ao lado daquele homem, que me prometera o céu, a terra e o mar, e durante estes cinco anos, ele deu a uma garota de programa tudo que sonhamos, até mesmo uma filha e uma família. Eu sentia nojo. Não só dele, como de mim mesma. Nojo por cada noite que eu dormi pensando nele, fazendo planos, sonhando, acreditando em uma ilusão que foi por água abaixo quando ele virou para mim e disse: Catarina, me esqueça!
Sentir uma repulsa. Uma ânsia de vômito. Fechei o caderno, respirei fundo e passei minhas unhas por aquela mesa de metal, tirando até a tinta da propaganda de cerveja. Eu tinha raiva só de pensar em tudo aquilo que por causa dele eu havia vivido. Minhas lágrimas quase iam a tona, quando aquele homem voltou me servindo uma xícara de café.
Em seguida, perguntou se eu desejava algo a mais. Instantaneamente meu sorriso malicioso apareceu, respirei fundo e disse:
-Será que poderia fazer companhia a uma mulher solteira, carente e recém separada?
Ele riu:
-Quem dera. Não posso. Não vê que estou em serviço? Quem sabe um outro dia?
-Oras, o que que tem ? O bar está vazio e seu patrão acabara de sair. Por favor, te peço. Senta e conversa comigo ? .
Sorri para ele, enquanto o mesmo pensava em minha proposta. Eu ficava tentando adivinhar o que passava pro aquela cabeça em apenas segundos e quando do nada ele sentou em minha frente, esticou os braços e perguntou o que uma mulher, tão provida de elegância fazia sentada em um bar "xifrim" como aquele. Eu ficara espantada com tanto charme que sem muito raciocinar, disse:
-Meu caro, sem perguntas desse tipo hoje. Basta saber que me chamo Catarina, sou solteira, tenho 32 anos e quero viver a vida intensamente.
-Sorri e vi que ele não estava nem um pouco curioso ao meu respeito, enquanto eu me mordia por dentro querendo saber quem era aquele cara que em minutos havia despertado emoções e sentimentos que nunca haviam sido descobertos em trinta e dois anos.
-Engraçado, quem olha a moça sentada como uma dessas mulheres desiludidas da vida, nem pare uma certa mulher formosa, elegante e culta que sempre passa por aqui.
Soltei uma risada extremamente nervosa. Ele me conhecia. De vista, mas me conhecia. Que tola, eu trabalhava a um quarteirão dali, todas as manhãs eu passava por aquela rua,t tão apressada e cheia de mim. Quem não sabia quem eu era? Herdeira de uma das maiores empresas de publicidade de toda São Paulo. Mesmo assim, não pude deixar de perguntar se ele realmente me conhecia, apenas para ouvir novamente aquela voz rouca que fazia meu corpo estremecer:
-Desculpa, mas você me conhece?
Agora quem ria era ele. Ah, que risada! O eco daquele riso me hipnotizava. Era a sinfonia mais perfeita que meus ouvidos podiam escutar.
- Claro que te conheço. Ah seu eu te conheço Catarina! Ou melhor, Nina.
Seu sorriso fora ao extremo e o meu mundo rodou. Voou. Não! Não era possível. Como? A vida não seria tão engraçada a esse ponto. O destino por mais cruel que fora comigo, não brincaria a esse ponto. Não! Não! Mil vezes não! O mundo não seria tão pequeno assim.
-Espera aí. Eu não te disse que esse já fora o meu apelido. Você não me disse o seu nome. Ninguém nunca me chamou de Nina além do ...
-Rafa. -Ele sorriu. - Isso aí Nina. Rafael Andrade Limões. Quanto tempo hein? Exatos 15 anos e você continua linda, com esse jeito atrapalhado, impulsivo, com um olhar misterioso que só estes teus olhos cor de mel possuem. E seu sorriso? Continua doce. Bem que eu imaginara que jamais iria me reconhecer. Sempre passou por mim e nunca me reconheceu, não seria agora, tão atordoada que iria.
Eu estava anestesiada. Completamente pasma. O meu primeiro namorado magricelo, que usava aparelho era aquele homem fantástico. Meus pensamentos voltaram a minha infância, a minha juventude, a casa de praia dos meus pais que era próxima a casa dos avós do Rafael, aquele domingo chuvoso onde o deixei para trás . Não, eu não havia o deixado . Eu precisava ir para o Rio de Janeiro estudar. Eu havia voltada, mas ele tinha ido embora. Ele que partiu. Ele que me deixou. Meus pensamentos viraram um furacão e só me despertei com os estralos dos dedos de Rafael.
-Oras Nina, não durma acordada. Me conte, o que aconteceu durante todos esses anos ?
Ainda anestesiada e perplexa com as voltas que o mundo dá, sorri, respirei fundo, o encarei e descarreguei toda a minha vida nos últimos quinze anos:
- Bom ... - Contei ao Rafa toda a minha vida, desde a faculdade, a empresa de publicidade, meu namoro e noivado com o Pedro, até chegar aquele dia que o reencontrei. E ele sempre, apenas me ouvindo e sorrindo.O tempo passou. O sol se pôs. A lua cheia já iluminava toda cidade quando olhei pro relógio e me espantei.
-Meu Deus Rafael ! Já são 18:45 ! Eu entrei aqui antes das 14:00 horas !
Rafael me olhava com toda paciência do mundo. Ele parecia se divertir a cada chilique meu. Calmo como sempre, levantou, pegou minha bolsa. Foi até o balcão, pegou as chaves, olhou para mim, sorrio e disse:
-Vamos madame. O café de hoje fica por minha conta.
Eu sorria espontaneamente. Não possuía mais o controle dos meus lábios. Minha mente gritava sobre o amor e como se pudesse ler a minha mente, saiu dos lábios daquele enigma em forma de homem a seguinte frase:
- Ah, e o amor quente ... Esse, hoje à noite também pode deixar comigo.
Sorri de um lado ao outro, peguei meu casaco e sair acompanhada de Rafael. Era inacreditável tudo aquilo, mas por muito tempo eu acreditei apenas no que eu queria acreditar e não no que a vida queria me mostrar. Olhei para o céu e vi uma estrela cadente caindo. Lembrei-me que nunca acreditei que elas atendiam pedidos, mas a razão era a ultima coisa que falava alto naquele momento. Suspirei e pensei comigo mesma, enquanto desfilava por aquela avenida de mãos dadas com Rafael:
'' Dizem que estrelas cadentes são estrelas morrendo, mas até mesmo no leito da morte elas não deixam de brilhar e atendem pedidos de corações sinceros. Ah, estrela querida, que uma Catarina tenha morrido e outra nascido. Estrela querida, este é o meu pedido''
Autora: MARIANA RAYNAR

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